O mundo metálico tremeu quando soube que o Cradle of Filth
estava assinando contrato com uma grande gravadora. Mas os temores se dissiparam
quando puderam ouvir Damnation and a Day: From Genesis To Nemesis. Este é o quinto
álbum do Cradle Filth, e é parcialmente baseado no poema épico de John Milton
Paraíso Perdido.
O Paraíso Perdido conta a rebelião e queda dos anjos comandada por Lúcifer é certamente leitura obrigatória para qualquer um que reivindique conhece o arquétipo do anjo portador da luz. È uma fina obra destas que nos convence de que os satanistas existiram antes mesmo do satanismo. A importância desta mitologia para qualquer estudante sério não pode ser enfatizada, mas é sintetizada nas imortais palavras de Milton: "É melhor reinar no inferno do que servir no paraíso."
Citando Morbitvs Vividvs, em Lex Satanis, o Manual do Satanista: "Quando Lúcifer recusou-se a prestar servidão a Jeová ele não estava simplesmente arrumando uma briga infantil, antes de qualquer coisa ele estava apostando. Por um novo reino só seu ele arriscou tudo o que tinha sido lhe dado como vassalo celestial. Seu mito reflete uma diferença essencial que divide a postura do lobo doa postura do cordeiro. Ao dizer não a Jeová ele arriscou o Paraíso, ele estava pondo em jogo tudo aquilo que já era seu. O risco é definitivamente a raiz de toda a rebelião e o começo da escalada rumo a divindade pessoal. Este é o maior ensinamento que a história de Lúcifer tem para nos ensinar.
Neste mesmo espírito Damnation and a Day faz uma narração irônica do Velho Testamento na voz de Dani Filth e torna-se assim um verdadeiro hino satânico de louvor para os lucíferes e devassos de plantão.
Babalon A.D. (So Glad For the Madness),Cradle Of Filth
I bled on a pivotal stretch Like a clockwork Christ Bears sore stigmata, bored And as I threw Job, I drove Myself to a martyred wretch To see if I drew pity Or pretty litanies from the Lord So the plot sickened With the coming of days Ill millennia thickened With the claret I sprayed And though they saw red I left a dirty white stain A splintered knot in the grain On Edens marital aid So glad for the madness I walked the walls naked to the moon In Sodom and Babylon And through rich whores and corridors Of the Vatican I led a sordid Borgia on I read the Urilia text So that mortals wormed As livebait for the dead And as I broke hope, I choked Another Pope with manna peel Dictating to DeSade In the dark entrails of the Bastille And as He wrote, I smote A royal blow to the heads of France And in the sheen of guillotines I saw others, fallen, dance I was an incurable Necromantic old fool A phagadaena that crawled Drooling over the past A rabid wolf in a shawl A razors edge to the rule That the stars overall Were never destined to last So glad for the madness I furnaced dreams, a poet, foe of sleep Turning sermons with the smell On Witchfinder fingers Where bad memories lingered Burning, as when Dante Was freed to map Hell I sired schemes and the means To catch sight of the seams And the vagaries inbetween... And midst the lips and the curls Of this cunt of a world In glimpses I would see A nymph with eyes for me Eyes of fire that set all life aflame Lights that surpassed art In sight , that no intense device of pain Could prise their secrets from my heart I knew not Her name Though her kiss was the same Without a whisper of shame As either Virtue or Sins And pressed to Her Curve I felt my destiny swerve From damnation reserved To a permanent grin... So glad for the madness |
Tradução de Babalon A.D. So glad for the Madness (Tão contente pela loucura) Eu sangrei num movimento circundante Como um Cristo que funciona como o trabalho de um relógio Ursos expeliram stigmata, aborrecidos E quando eu atirei Job, eu me guiei A mim mesmo para um caminho de martir Para ver se eu deito pena Ou belas litanias do Senhor Então o plano se tornou doentio Com a vinda dos dias O milénio doente surgiu Com o clarete eu espalhei E apesar de terem visto vermelho Eu deixei uma suja mancha branca Um conhecimento espalhado no grão Do altar casamenteiro do Édano Tão contente pela loucura Eu andei as paredes nu até à lua Em Sodoma e Babilónia E através de ricas prostitutas e corredores Do Vaticano Eu guiei um sórdido Borgia para a frente Eu li o texto de Urilia Para que os mortais se aquececem Com uma batida viva para os mortos E como eu quebrei a esperança, eu arranjei Outro papa como pele de energia Ditando para a desordem Nos escuros interiores da Bastilha E quando escrevia, acrescentava Uma explosão real para as cabeças de França E no alvoroço das guilhotinas Eu vi outros, caídos, dançar Eu era um velho tonto Necromântico incurável Um phagadaena que se baixa Se babando sobre o passado Um lobo raivoso no matagal O limite de uma lâmina para a regra Que as estrelas sobre todos Nunca estiveram destinada a durar Tão contente pela loucura Eu destribuí sonhos, um poeta, para dormir Tornando sermões com o cheiro Em dedos Caçadores de Bruxas Onde as más memórias se guardam Queimando, como quando Dante Foi condenado a mapear o Inferno Eu fiz esquemas e os objetivos Para apanhar visões dos perdidos E as baixarias dos entretantos E entre os lábios e os caracóis Desta vagina de mundo Em vacilos eu veria Uma ninfa com olhos para mim Olhos de fogo que colocam toda a vida a arder Luzes que substituíram a arte Em visão, de que nenhuma intensa máquina de dor Poderá separar os seus segredos do meu coração Eu não sabia o seu nome Apesar do o seu beijo ser o mesmo Sem um susurro de vergonha Ou mesmo Virtude ou Pecado E pressionado contra a sua curva Eu senti o meu destino a recuperar Da condenação reservada A um sorriso permanente... Tão contente pela loucura |
Nº 74 - Os 100 álbuns satânicos mais importantes da história